sábado, 8 de outubro de 2011

PREOCUPAÇÃO COM A CIDADE

Caiu em minhas mãos a edição 1321 do jornal Imprensa Oficial, de Atibaia, onde são publicados os atos da nossa Prefeitura.

Primeiro o que me chamou a atenção foi um Decreto, o de nº 42/2011, que dispõe sobre a contratação "não onerosa", de empresa especializada para o desassoreamento do rio Atibainha nos limites do nosso município.

Eles usam as enchentes, um laudo da Defesa Civil que segundo o documento: "atestam a urgência de medidas efetivas para o desassoreamento e limpeza do Rio Atibainha e afluentes para impedir ou mesmo diminuir os efeitos causados pelas fortes chuvas de verão"; uma portaria que segundo o documento dispensa outorga para atividades com os recursos hídricos; e um ofício o 1.043/2010, que dispensa o cumprimento de exigências do DAEE.

Isso não me traria nenhum tipo de reservas se eu já não tivesse participado de muitas das discussões sobre os nossos recursos hídricos, inclusive realizado um projeto no sentido de se tentar corrigir ou resgatar uma situação em que se usava a várzea para o plantio de arroz.

No mesmo DAEE de posse do projeto, fundamentado inclusive com imagens da época, os técnicos nos mostraram que o desassoreamento do Rio seria uma medida muito dispendiosa e inóqua, e que deveríamos, se realmente quiséssemos influenciar na melhoria do meio ambiente, nos concentrar em recuperar as matas ciliares, elaborar um projeto de contenção de erosões e de preservação das várzeas.

Eles nos convenceram de que por mais que pudéssemos aprofundar o leito não iríamos conseguir melhorar o fluxo e recuperar as condições que a várzea possuía antes do advento da Represa.

Mexer no Rio é uma temeridade para o meio ambiente e só vai beneficiar algumas pessoas que estarão envolvidas nas "negociações" que envolvem tal obra.

Se estivessem realmente preocupados com as enchentes a Prefeitura e os seus órgãos responsáveis não deveriam permitir e nem incentivar os aterros de várzeas, já que na época das cheias se o local onde naturalmente as águas se espraiam estiver entupido de terra e entulho, as enchentes serão maiores. Eu sei que esse tipo de visão vai contra a visão empresarial e desenvolvimentista que vê a várzea com um entrave ao desenvolvimento, e a atividades lucrativas, para esses o importante é comprar terrenos a preço de brejo, aterrar e vender como terra firme, mesmo que no futuro a natureza teime em querer de volta o seu lugar...

RECAPEAMENTO ASFÁLTICO

Outra notícia que me traz preocupação é a Portaria que designa a gestão para os trabalhos de "Infraestrutura urbana, Pavimentação, Recapeamento de Ruas e avenidas", nada contra os nomes indicados e nem sobre as obras, há muito necessárias, mas ao boato que novamente surgiu de que pretendem colocar asfalto sobre os bloquetes, o que seria um contrassenso, já que sabemos que a manutenção dos bloquetes são muito mais práticas do que o asfalto, alem de ser mais ambientalmente adaptadas, já que a cor mais clara não retém tanto calor e os vãos permitem uma absorção um pouco melhor das águas do que o asfalto.

Espero que esses recapeamentos indicados não se tratem de ruas já calçadas com bloquetes, porque o trabalho de se recuperar uma obra dessas seria quase impossível. O prejuízo seria muito grande.

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