CONCHAVOS E MANOBRAS

A política é feita através do jogo de interesses. O que não significa que possa ser feita sem ética, sem honestidade, sem conchavos, mas quem analisa isso é o eleitor. O eleitor é quem deveria acompanhar os acontecimentos políticos para que possa ter senso crítico, condições de analisar e tirar as suas conclusões para não precisar seguir opiniões de amigos e conhecidos que podem não estar bem informados, ou terem opinião tendenciosa a um ou outro lado do embate político.

A linha que separa o conchavo da manobra é tão tênue quanto a que separa a política da politicagem, a ambição da ganância, etc., etc...

E o que estamos assistindo na Câmara nada mais é do que explicitação do embate político com vistas a 2012.

Os pareceres do Tribunal de Contas contrários à aprovação das prestações de contas do ano de 2004 e do ano de 2005, estão na Câmara para serem apreciados. A de 2004 o responsável é o Paulo Afonso, a de 2005 é o Calé.

A Câmara pode acatar ou rejeitar os pareceres do Tribunal de Contas, aos vereadores cabe fazer uma análise sobre as contas e decidir se aprovam ou rejeitam o que o Tribunal detectou.

Nos dois anos apreciados a rejeição se deu pelo não pagamento de um precatório, falha que dá rejeição de contas, mas que não considerada falha insanável, ou que contemple qualquer crime de responsabilidade, ainda mais em se considerando que as duas prestações de contas apresentaram superávit no período.

Bom. Só que o julgamento por parte da Câmara é realizado sempre se analisando dois viés, o técnico e o político.

Já que o resultado do julgamento podem, em tese, deixar o agente político responsável, inelegível por um certo período de tempo, variável, conforme a lei, o que mexe com os interesses partidários, principalmente dos que podem ver no agente um potencial adversário que pode ser tirado da disputa...

O que está em jogo são as eleições do ano que vem, e conhecemos os interesses de cada um dos vereadores e dos partidos aos quais pertençam.