domingo, 14 de outubro de 2012

ENCRENCA EDUCACIONAL


O amigo Anibal me mandou uma matéria do jornalista HÉLIO SCHWARTSMAN

Encrenca educacional

SÃO PAULO - Pesquisa da Faculdade de Educação da USP mostrou que quase metade dos alunos que ingressam nos cursos de licenciatura em física e matemática da universidade não estão dispostos a tornar-se professores. O detalhe inquietante é que licenciaturas foram criadas exatamente para formar docentes.
A dificuldade é que, se os estudantes não querem virar professores, fica difícil conseguir bons profissionais e, sem eles, o sistema de ensino brasileiro seguirá colecionando fracassos.
Embora exista muita polêmica sobre o que funciona ou não em educação, não há dúvida de que a qualidade do professor é fundamental. Trabalho de 2007 da consultoria McKinsey comparou sistemas de educação de todo o mundo e concluiu que o elemento de maior destaque nas redes de excelência era a capacidade de "escolher as melhores pessoas para se tornarem professores".
Na Coreia do Sul, por exemplo, os futuros mestres são recrutados entre os 5% de alunos com notas mais altas no equivalente ao vestibular. Na Finlândia, os docentes são selecionados entre os "top ten". Por aqui, segundo levantamento de 2008 da Fundação Lemann, apenas 5% dos melhores alunos do ensino médio pensam em abraçar o magistério. Ser professor no Brasil se tornou a opção dos que não têm melhores opções.
Resolver essa encrenca é o desafio. Salários são por certo uma parte importante do problema, mas outros elementos, como estabilidade na carreira e prestígio social, também influem. O tratamento quase reverencial que a sociedade coreana dispensa a seus mestres ajuda a explicar o sucesso educacional do país.
Essas considerações tornam difícil a situação do Brasil, que precisa transitar de um modelo em que os piores alunos viram docentes para um que prime pela excelência.
E, como o deficit de professores já é enorme (200 mil só na área de exatas), teremos de achar um jeito de trocar o pneu com o carro em movimento.

3 comentários:

  1. João Adilson de Paiva14 de outubro de 2012 às 15:51

    Na minha época de aluno, o professor era respeitado, era uma personalidade influente na sociedade. Todos valorizaram sua opinão. Para os alunos, ele era o máximo, queríamos ser como eles,víamos como um mestre por excelência. Assim foi para muitos dos meus colegas, que hoje, se dedicam a ensinar os nossos jóvens e adolescentes. Mas e hoje, como é? Normalmente uma sala de aula lotada, com alunos que peitam o professor por que este exige que ele estude, com alunos que ultrapassam o limite das boas relações, xingando, mandando para aquele lugar, e se o professor for mais exigente, tem que se cuidar para não ser agredido. E os pais, muitos deles, quando chamados, ficam do lado do filho, ao qual não conseguem impor limites, e o governo, que acha que se o aluno não aprendeu é por que o professor é ruim, não quer ver, que muitos deles não querem saber de nada, estão na sala de aula por que a lei os obriga. Enfim, numa situação dessa, onde um professor tem que trabalhar em três escolas para mal poder sobreviver, num sistema educacional falido, estão certíssimos aqueles que podem escolher outra profissão, com certeza algo que lhes dê melhor retorno e mais satisfação pessoal.Nós, que vivemos a vida toda com esse ideal de ensinar, vamos indo, sem esmorecer, mesmo sabendo que fazemos parte de uma classe que perdeu seu valor, e que hoje não atrai aqueles que poderiam contribuir e muito para dar mais qualidade à educação.
    Á todos os meus colegas professores, um grande abraço pelo nosso dia, e que continuemos nossa tarefa, com a mesma garra, o mesmo respeito, e a mesma dedicação com que enfretamos todos os dias, nossas salas de aulas.

    ResponderExcluir
  2. 15 de outubro (homenagem)14 de outubro de 2012 às 17:41

    Muito bom o comentário do Sr. João Adilson de Paiva nesta ante véspera do Dia do Professor.
    À algum tempo atrás, conversando com uma mãe de aluno, ela me disse que o seu filho de 8 anos sempre chorava qdo a professora o mandava ler. E disse mais ainda,que se isso continuasse, ela iria até a Delegacia de Ensino denunciá-la por estar constrangendo o menino. Veja a que ponto chegamos. Os pais geralmente são os maiores culpados dos nossos alunos estarem entrando p/ uma universidade e mal saberem ler e escrever. Deveriam ser os primeiros a dar incentivos aos filhos, e no entanto saem em defesa dos mesmos sem que eles tenham nenhum tipo de razão. Pais,respeitem e valorizem os professores dos seus filhos. Eles vão ensiná-los a serem pessoas com muitos conhecimentos, mas a educação virá de seus próprios exemplos. Pensem nisso!
    Parabéns professores pelo seu dia! Abraços à todos.

    ResponderExcluir
  3. SUGIRO QUE SSIM COMO TEM CONSULTÓRIO MÉDICO, GABINRTE DO DENTISTA, ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA, QUE OS PROFESSORES MONTEM TAMBEM SEUS ESCRITÓRIOS DE ENSINO PARTICULAR.
    SEI LÁ SE PODERIAM FAZER OU SE DARIA CERTO, É UMA IDÉIA. ELES PODERIAM ATÉ CONCEDER DIPLOMAS!

    ResponderExcluir