sexta-feira, 9 de agosto de 2013

MAQUIAGEM PARA ENGANAR TROUXA

É sabido que uma das estratégias da mediocridade empoleirada no poder é capaz para enganar o povo, uma matéria publicada no Observatório da Imprensa, critica a mídia brasileira que, por questões de contratos publicitários com o governo, distorce matérias para esconder o resultado que uma administração equivocada, e corrupta, pode trazer para o país, para cidade, para onde se instale. Peguei em uma sugestão de matéria na página do amigo Lucas Paiva.

JORNALISMO ECONÔMICO

A cobertura gentil do rombo comercial

Por Rolf Kuntz em 06/08/2013 na edição 758
 A imprensa foi boazinha ao noticiar o buraco de US$ 4,99 bilhões, segundo a conta oficial, acumulado no comércio exterior de janeiro a julho deste ano. Na cobertura imediata, grandes jornais compraram facilmente a versão do governo: o grande problema foi a importação de combustíveis. Na sexta-feira (2/8), o noticiário apontou o déficit como o pior de todos os tempos, mas ficou bem na superfície. Para ir mais fundo bastaria uma rápida leitura do relatório divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A história contada nas tabelas era muito mais feia que a explicação vendida na entrevista coletiva de quinta-feira (1).
Com um mínimo de atenção, qualquer repórter poderia ter apresentado uma narrativa bem mais interessante que a do ministério. Para começar, o déficit é explicável apenas em parte pelo aumento das compras. O valor exportado em sete meses, US$ 135,32 bilhões na conta oficial, foi 1,5% menor que o de igual período do ano anterior. A despesa, US$ 140,22 bilhões, foi 10% maior que a de janeiro a julho de 2012.
Essa elevação é atribuível apenas em parte ao aumento das compras de combustíveis e lubrificantes –uma variação de US$ 4,13 bilhões. A importação de bens de capital custou US$ 2,27 bilhões a mais que no ano anterior. A de matérias-primas e bens intermediários aumentou US$ 4,52 bilhões de um ano para outro. E ainda seria preciso contar a elevação de US$ 1,01 bilhão nas compras de bens de consumo.
Saldo acumulado
Mas é preciso reexaminar a conta da exportação, onde se encontra um detalhe especialmente importante. Automóveis de passageiros aparecem no topo da lista dos manufaturados, com receita de US$ 2,99 bilhões em sete meses. Até aí, nada muito especial. Carros, autopeças e aviões são enumerados com frequência entre os itens mais importantes da exportação industrial. O detalhe notável é outro. Em segundo lugar, com faturamento de US$ 2,81 bilhões, aparecem as vendas de plataformas para exploração de petróleo. Mas essas exportações, como já foi amplamente divulgado, são fictícias. São parte de um esquema legal, em vigor há mais de dez anos, para reduzir a tributação dos equipamentos destinados ao setor petrolífero.
No mês anterior, o peso dessas exportações – nunca realizadas, de fato – havia sido mencionado na entrevista coletiva de apresentação da balança comercial. Desta vez, a conversa passou longe do assunto e o detalhe foi menosprezado, ou ignorado, na maior parte da cobertura. Mas as matérias teriam sido bem diferentes se mencionassem esse ponto.
Sem os US$ 2,81 bilhões das plataformas nunca embarcadas, a exportação total teria ficado em US$ 132,42 bilhões. A receita comercial teria sido 3,91% menor que a de janeiro a julho de 2012 (descontando-se também US$ 405 milhões de plataformas “exportadas” naquele período). A conta oficial mostraria um resultado bem pior neste ano, com um déficit de US$ 7,8 bilhões. A exportação fictícia de plataformas é legal, mas a sua inclusão na conta de comércio, sem ressalva, distorce os dados e prejudica a informação.
Mesmo a cobertura imediata, preparada em poucas horas para o fechamento dos jornais, poderia ser mais completa no exame dos dados. O déficit nas operações com petróleo e derivados, US$ 15,44 bilhões, foi 270,31% maior que o de janeiro a julho do ano anterior – e isso parece excepcional. Mas terá sido mesmo? Ou terá apenas ocorrido a intensificação de uma tendência?
Afinal, o saldo negativo acumulado nessa conta nos meses correspondentes de 2012 já havia sido 164,26% maior que o de um ano antes. Tem havido um descompasso importante entre a demanda e a oferta interna de combustíveis e lubrificantes. Seria necessária outra reportagem para esmiuçar o assunto, mas a mera referência ao fato já enriqueceria o material sobre a conta de comércio.
Ferrovia bichada
Os jornais mostraram muito mais eficiência, na mesma semana, em outras coberturas. O Estado de S.Paulonoticiou com exclusividade a decisão da presidente Dilma Rousseff de mudar o cálculo das dívidas de estados e municípios para facilitar os investimentos em mobilidade urbana. O dinheiro tomado para essa finalidade ficaria fora do endividamento. Publicada a informação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou-se contrário à mudança, mas a presidente, segundo o jornal, continuava cobrando medidas para a execução de sua ideia.
O noticiário da semana foi rico, em todos os grandes jornais, de informações sobre o vai-e-vem na área fiscal, com o governo anunciando cortes de gastos e prometendo, ao mesmo tempo, liberar R$ 6 bilhões para emendas orçamentárias de parlamentares aliados. A cobertura avançou, também, na estimativa de quanto o Tesouro gastará para cobrir as mudanças no setor elétrico, anunciadas em setembro do ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff prometeu a redução das contas de luz. Sem a antecipação de recebíveis de Itaipu, a conta poderá chegar a R$ 9 bilhões, segundo o Valor. No começo da semana, oEstadão havia mencionado R$ 6,7 bilhões.
Outra boa leitura da semana foi a reportagem do Valor sobre a inauguração frustrada Ferrovia de Integração Oeste-Leste, na Bahia. A cerimônia deveria ter ocorrido em 30 de julho, mas nenhum metro de trilho havia sido assentado até aquela data. Foi mais uma revisão de prazo no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outros levantamentos, um deles do Globo, já haviam indicado atraso médio de quatro anos nas principais obras rodoviárias do programa. Apesar de alguns cochilos, há sinais de camisa suada na cobertura econômica.
***
Rolf Kuntz é jornalista

12 comentários:

  1. Perceber a mídia "vendida" ao poder da hora é triste! Pior é assistir ao que se passa em BJP... Aqui, na nossa cara, vereadores falam da tribuna sobre "crimes" da administração e NADA acontece!!! E a enormidade de novas verbas? Será que ninguém se toca que já há muito dinheiro nas contas da prefeitura e mesmo assim nada acontece? Ou será que já "aconteceu"!!! Será que ninguém se toca que a Scamatti & Seller (empresa que recapeou ruas em BJP) está denunciada na operação Fratelli por fraudar licitações? Ou que apesar da desafetação do terreno (campo de futebol) no Jardim São Marcos, do dinheiro na conta (R$700.000,00), da óbvia necessidade de vagas na creche e da proximidade do fim do convênio NADA FOI OU É FEITO? Será que não percebem a UBS abandonada e com obras paradas na Vila Operária? E a usina de leite? E a praça de esportes totalmente abandonada mesmo com um monte de verbas liberadas? E a internet grátis? E os serviços então? Transporte escolar, transbordo do lixo, Terceirização para a contratação de médicos plantonistas e etc... A mídia se calar a troco do ganho (publicitário) ou até direto, eu entendo! É a iniciativa privada, que deveria estar lá, na privada pelo péssimo exemplo de dá a sociedade, mas é assim que ganha o dinheiro fácil, fechando os olhos e fazendo ouvidos de mercador! Mas e os VEREADORES? Não são eles que deveriam estar a frente da fiscalização, apuração e se necessário, denunciando os mal feitos... Uma coisa é perceber a mídia "domesticada" outra, os fiscais e legisladores da cidade com cara de parvos e cegos diante do descalabro que é esta "administração"...
    Abraços.

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  2. A estratégia do prefeito cassado era o de não fazer nada durante três anos e no ano de campanha gastar o que tinha e o que não tinha para iludir o eleitor. Na campanha compraram as mídias e usaram as vaidades para incitar laranjas a lançarem candidaturas para dividir os eleitores mais conscientes e poderem ganhar com menos de dois terços dos votos...

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  3. A estratégia do prefeito cassado era o de não fazer nada durante três anos e no ano de campanha gastar o que tinha e o que não tinha para iludir o eleitor. Na campanha compraram as mídias e usaram as vaidades para incitar laranjas a lançarem candidaturas para dividir os eleitores mais conscientes e poderem ganhar com menos de dois terços dos votos, além de usaram todo o tipo de irregularidade como o de lançar calúnias, comprar e transferir votos, e até lançar campanha oferecendo casa própria, usando da forma mais torpe de comprar votos iludindo as pessoas humildes...

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    1. já se forma quese um ano das eleições e vc continua batendo na mesma tecra faça meu favor amaurih paciência tem limite 2016 ta logo ai quem sabe seu candidato vence dessa vez sonhar n custa nada
      n tiveram competência pra atrair eleitores e a culpa é do calé

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  4. Aí está mais um dos seus equívocos, maligno(a) eu não estou falando de eleições, estou falando de incompetência de usurpação, de falta de consideração que se possa ter para com uma cidade. Estou falando do dia-a-dia e de corruptos que estão lesando a todos, as eleições já foram, não estou falando de eleições, estou mostrando o que pessoas da sua qualidade podem fazer em prejuízo de muitos.

    Ou você acha que está tudo bem???

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  5. pra achar o que vc acha, precisava que os seus aliados fossem uns santos, mas com certeza eles não são nem de longe o que querem ser...tambem com um amigo jornalista tão sem ética como vc, eles só poderiam ser o que são!!! kkkkkkkk

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  6. E você tem lá noção do que significa ética, "Anônimo"??? Se tivesse alguma noção não comentaria incógnito. Sai maligno, chega de distorcer para a meia dúzia do bando a que defende continuar a levar as suas vantagenzinhas...

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  7. Você continua com a estratégia de denegrir a todo o mundo pra justificar suas atitudes, diga onde em algum lugar eu faltei com a ética, já que deve saber o que significa isso.

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  8. um jornalista de verdade não estaria aqui discutindo comigo. estaria fazendo o seu papel independente de interesses próprios ou qualquer coisa parecida..vc por acaso sabe o que é isenção? se sabe, já é meio caminho andado...falta saber o que é ética e já estará no meio do caminho. kkkk

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  9. Eu realmente não sei o que você entende por "jornalista de verdade", vindo de você que comprovadamente tem problemas de distorção de conceitos, acha que todo o mundo é pior do que você, isso para se "achar" que está certa, a gente pode esperar tudo, inclusive isso... Mas eu também concordo em partes com você e acho mesmo que você é o tipo de pessoa não merece que ninguém perca o seu tempo, mas eu sou assim, procuro ter consideração, mesmo para com pessoas de má índole, malignas como a senhora sua pessoa.

    De novo, deixa eu bater em ferro frio, eu não sou igual a você, se você não tem consideração por ninguém que não seja os que compartilham do seu bando, eu não tenho culpa. Eu sei que você gostaria de vomitar sua ideologia podre, distorcida e equivocada sem que ninguém contestasse para que a "sua verdade" fosse a que prevalecesse. Eu sinto muito, mas vou continuar mostrando que você não vale nada, que é uma decepção para a sua família e para os conhecidos da cidade, pois é corresponsável por tudo de ruim que acontece e não é de hoje.

    O que seria isenção? Não criticar essa sua forma de pensar? Isso não é isenção isso é omissão...

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  10. orgulho de ser moradora perdoense!!!!14 de agosto de 2013 às 19:27

    Bla,bla,bla!!!! Sempre o mesmo discurso!!!! Uma pergunta para vc Amaurih, como vc critica tanto, poderia me dizer como fazer um planejamento de uma cidade??? Responder ao menos, o que é uma cidade??? Ou vc num tem conhecimento para isto!!! Gostaria de saber sua resposta!!

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  11. É simples "orgulho de ser moradora perdoense", para planejar uma cidade é fundamental que se ouça as pessoas, e não que se faça as coisas de acordo com a vontade de meia dúzia de aproveitadores, que não têm consideração nenhuma pelo lugar e nem interesse em fazer o que a comunidade quer e precisa.

    Você é ouvida em suas necessidades "orgulho não sei de quê"?

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