segunda-feira, 5 de março de 2012

OBESIDADE MENTAL

Recebi por e-mail do amigo Carlos Duarte, como uma apresentação de Power Point, debuiei a apresentação para mostrar em texto corrido no Blog, o texto é importante, necessário e pertinente.



O prof.  Andrew Oitke publicou o polêmico livro “Mental Obesity”, que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.
Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.

“- Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão criando problemas tão ou mais sérios que esses.”

-  Segundo o autor, “a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.
Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema, além de outras mídias (não nos esquecendo da própria internet e das redes sociais). Os telejornais e telenovelas são os hambúrgeres do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.”

O problema central está na família e na escola.

“- Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolates. Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas. Com uma ‘alimentação intelectual’ tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção... É normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.”

Um dos capítulos mais polêmicos e contundentes da obra, intitulado "OsAbutres", em que afirma:

“O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.”

O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polêmico e chocante. “Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.”

Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.

“- O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê. Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto.”

As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.

“- Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil... Paradoxal ou doentia.

Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.

Não se trata de uma decadência, uma “idade das trevas” ou o fim da civilização, como tantos apregoam.

É só uma questão de obesidade.

O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.

O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos.

Precisa sobretudo de dieta mental.

Um comentário:

  1. É assim que os idiotizados justificam a falta da instalação dos ventiladores na escola... O desaparecimento da agua das torneiras da cidade... Do abandono do lixo, das ruas, saúde, segurança, lazer, enfim, dos CIDADÃOS! É assim que verbas somem sem que ninguém saiba ao certo o destino que tomaram, e é assim que assistimos passivamente o desmantelamento do pouco que já tivemos...
    Abraços.
    PS: Parece-me que há muita gente engordando seus próprios bolsos usando dos paspalhos de mente gorda.

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