domingo, 30 de outubro de 2016

UMA MELODIA DIFERENTE

Os sons parecem aleatórios, assim como a missão da velha que quer aposentar...



Juçara Marçal: voz
Kiko Dinucci: guitarra
Rodrigo Campos: guitarra


A VELHA CAPA PRETA (Siba Veloso)

E a morte anda no mundo
Vestindo mortalha escura
E procurando a criatura
Que espera condenação
Quando ela encontra um cristão
Sem vontade de morrer
E ele implora pra viver
Mas ela ordena que não
Quando o corpo cai no chão
Se abre a terra e lhe come
Como uma boca com fome
Mordendo a massa de um pão

E a morte anda no mundo
Espalhando ansiedade,
Angústia, medo, saudade
Sem propaganda ou esparro
Sua goela tem pigarro
Sua voz é muito rouca
Sua simpatia é pouca
E o seu semblante é bizarro
E a vida é como um cigarro
Que o tempo amassa e machuca
E a morte fuma a bituca
E apaga a brasa no barro

E a morte anda no mundo
Na forma de um esqueleto
Montando um cavalo preto
Pulando cerca e cancela
Bota a cara na janela
Entra sem ter permissão
Fazendo a subtração
Dos nomes da lista dela
Com a risada amarela
É uma atriz enxerida
Com presença garantida
No fim de toda novela

Disse a morte para a foice:
Passei a vida matando
Mas já estou me abusando desse emprego de matar
Porque eu já pude notar que em todo lugar que eu vou
O povo já se matou antes mesmo de eu chegar
Quero me aposentar pra ganhar tranquilidade
Deixando a humanidade matando no meu lugar
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    • "A Velha da Capa Preta" por Juçara Marçal

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