sábado, 23 de agosto de 2014

ALCAGUETAS, DEDO-DUROS

Peguei essa matéria no Blog do Juca Kfouri:


Guilherme Murray tem 12 anos e está disputando o Campeonato Panamericano de Esgrima pelo Brasil, em Aruba, no Caribe, numa categoria, espada, dois anos acima de sua idade.
Hoje ele foi eliminado nas oitavas de final.
Perdeu de 10 a 9.
Mas só porque quis.
Ele ganharia o jogo.
O árbitro deu o toque em favor dele.
O Guiga foi ao árbitro e disse que havia um engano, que ele não havia tocado o adversário.
O árbitro tirou-lhe o ponto.
O menino deixou as pessoas impressionadas com seu espírito olímpico.
Um garoto, no meio dos grandes, que poderia estar entre os oito melhores da América, vai ao árbitro, comunica o erro e é eliminado da prova por sua atitude, ao recusar um ponto que não era dele.
Também fruto dos ensinamentos de ética no esporte que os Mestres Régis Trois, Ricardo Ferazzi e Carla Evangelisti professam na sala de esgrima do Club Athletico Paulistano.
Antes de formarem atletas, se preocupam em formar pessoas de caráter.

Hoje Guilherme Murray, campeão brasileiro, sul-americano, e de tantos outros torneios nacionais e internacionais, saiu de Aruba mais campeão do que nunca.

Esse é um sentimento que está morrendo no nosso país. Como outros, bem mais simples e corriqueiros.

A SOCIEDADE NUMA MESA DE BILHAR
Ontem mesmo, ao intervir ao presenciar uma injustiça, numa jogada de bilhar com um grupo de cidadãos, na happy hour, fui taxado de alcagueta, dedo-duro. A alegação era a de que eu não estava participando diretamente do jogo e que eu não poderia me manifestar. Mesmo se o esquema naturalmente montado para a diversão de todos naquela mesa, não fosse o de participação de todos, a forma de visão da pessoa reflete o pensamento do que tristemente podemos notar que seja maioria, a de que devemos agir de forma a levarmos vantagens em detrimento do que for correto e justo, e que se alguém se manifesta contrário a essa forma distorcida de enfrentarmos a vida em sociedade, está equivocado e é taxado de alcagueta, dedo-duro.

O politicamente correto é mesmo vendo que as pessoas agem de forma desonesta, injusta e equivocada, temos que nos calar, temos que ficarmos omissos e deixar que os espertos continuem a levar suas vantagens.

Essa inversão de valores está fazendo com que os que estejamos perdendo o senso dos valores básicos que nos foram ensinados pelos nossos pais, pelos nossos antepassados e que até está escrito na Bíblia, nós não estamos lendo, e se lemos não conseguimos interpretar o que lemos, os valores não podem se tornar ultrapassados, temos que reaprender a ler para podermos separar com mais segurança a verdade da mentira, o certo do errado, como em um vídeo de um trecho de um filme que está circulando no Facebook, precisamos fortalecer o nosso sistema de crenças, para não nos tornarmos ignorantes como interessa a quem se aproveita disso. E olha que os aproveitadores estão infiltrados nos poderes.

Com isso deixamos de dar valor a quem tem, e supervalorizamos os medíocres.

3 comentários:

  1. Eh cumpadri... e assim a cidade continua. Os vereadores jah pediram a lista de funcionarios chefes para ver o que fazem? Pedir voto eles vem mas fiscalizar que eh bom nada. E o leite foi deramado mesmo? Parece que foi tomado com pizza.... acabou em pizza....

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  2. Alcaguetas, dedos duros, é a alcunha dada ao gesto de honestidade e de cidadania, por pessoas que buscam atingir seu objetivo, pouco importando com a maneira e a licitude desta conquista atingida.
    Esta atitude covarde encontramos diariamente em nossas vidas, basta lembrar o que foi feito com alguns párocos que passaram pela cidade, basta lembrar o que foi feito na política local, basta lembrar o que a administração pública faz para acobertar suas ações, basta verificar como certos funcionários da administração pública conseguiram seus cargos de chefia e regalias infinitas sem qualquer plano de carreira, como alguns políticos abandonaram seus companheiros ás vésperas de uma eleição. Para estas pessoas, o valor de um homem está no que ela carrega no bolso, caráter, honestidade é coisa fictícia.

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  3. Gostei muito do seu texto, assim como do comentário do " Anônimo ".
    As pessoas se esquecem de que o fato de que muitos estarem fazendo errado, não faz a coisa se tornar certa. Principalmente no que se refere ao conceito de se viver em sociedade.
    Um cidadão que não honra os princípios básicos do certo e errado, trocando-os por favores políticos, não serve para viver em comunidade, deveria se envergonhar ao olhar no espelho. No fundo, eu acredito que ele sabe que é um mau caráter, mas os bajuladores de plantão, e oportunistas, o fazem esquecer rapidamente do carácter pobre e doentio.
    Fico pensando como esses "senhores" fazem para olhar nos olhos de seus filhos. Por que os filhos vão crescer, e pode ser que criem consciência humana e sabedoria, e então poderão questionar seus pais. Deve ser horrível viver com esse fantasma o tempo todo.
    Imagine ser julgado pelo seu filho como um corrupto ou bajulador sem carácter.

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